diário da feira do livro

abriram-se as hostilidades na passada quinta-feira e lá estava eu, a correr persianas para cima, a acamar livros em baixo e logo assim às primeiras tive gente que jurava a pés juntos que a minha editora tinha falido, ou que tinha editado um livro de versos da amália, ou que tinha publicado um canhenho muito mal revisto em que um côvado estava equiparado a 50 centímetros quando toda a gente sabe que são 66 (centímetros), dê-me aí a vossa morada que eu vou reclamar com veemência, publicam coisas que é uma vergonha, e tive um cego que me apalpou os livros sem pudor, e uma ministra a passear a comitiva, e um côvado de miúdas montadas em bicicletas ligeiras cortesia da nina ricci, e um velho malcriado que nos queria forçar a ter um livro de outro editor, e calor de dia, e frio à noite, e o bafo a farturas, e a oportunidade de ser fotografado por uma charmosa jornalista de que não me alembra agora o nome mas cujos pés são uma formosura masai. e la nave va, pois claro.

2 comments:

Animal said...

ministros a passear comitivas, só se escapa a isso ficando em casa fechado à chave e com a têvê desligada. e mesmo assim não garanto.

LAM said...

com tal campanha negra especulativa cheira-me que a tua editora está a ser alvo da standards & Poor. Já chegamos à Grecia ou o caralho...